tag:blogger.com,1999:blog-5927988305051776152024-03-13T22:44:51.836-07:00Ciências Humanas e HumanidadesValter Borgeshttp://www.blogger.com/profile/04414915950388072229noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-592798830505177615.post-27375351708567255262017-06-24T05:34:00.003-07:002017-06-24T05:34:42.917-07:00Descobrindo a Filosofia III<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">O filosofar <b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">A
filosofia surge quando o pensar é posto em causa, tornando-se objeto de
reflexão. Não se trata, porém, de qualquer reflexão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">Examinemos
a palavra reflexão: quando vemos nossa imagem refletida no espelho, há um
“desdobramento”, porque estamos aqui e estamos lá. Refletida pela luz, ela vai
até o espelho e retorna — reflectere, em latim, significa fazer retroceder,
voltar atrás. Portanto, refletir é retomar o próprio pensamento, pensar o já
pensado, voltar para si mesmo e questionar o já conhecido. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Características do pensamento
filosófico <b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">O
filósofo brasileiro Dermeval Saviani (no livro Educação brasileira: estrutura e
sistema), na tentativa de se aproximar de uma definição possível, conceitua a
filosofia como uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas
que a realidade apresenta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">Veja a
seguir esses três tópicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">Radical <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">Em latim, radix, radicis
significa raiz e, em sentido figurado, quer dizer fundamento, base. A filosofia
é, pois, radical, não no sentido corriqueiro de ser inflexível — nesse caso
seria a antifilosofia!, mas porque busca explicitar os conceitos fundamentais
usados em todos os campos do pensar e do agir. Por exemplo, a filosofia das
ciências examina os pressupostos do saber científico: é ela que define o que é
ciência, como a ciência se distingue da filosofia e de outros tipos de saber,
quais são as características dos diversos métodos científicos, qual a dimensão
de verdade das teorias científicas e assim por diante. O mesmo se dá com a
psicologia, ao abordar o conceito de liberdade: indagar se o ser humano é livre
ou determinado já é fazer filosofia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">Rigorosa <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">São inúmeros os métodos
filosóficos em que se apoiam os pensadores para desenvolver um pensamento rigoroso, justificado
por argumentos, coerente em suas diversas partes e sistemático. O filósofo usa
de linguagem rigorosa para evitar as ambiguidades das expressões cotidianas, o
que lhe permite discutir com outros filósofos a partir de conceitos claramente
definidos. Por isso sempre cria expressões novas ou altera o sentido de
palavras usuais. Por exemplo, Platão criou o conceito eidos, que significa
“ideia”, para referir-se à intuição intelectual, distinta da intuição sensível.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">No entanto, o conceito de
ideia seria reinventado ao longo da história da filosofia, assumindo conotações
diferentes em Descartes, Kant, Hegel e assim por diante. Enquanto a “filosofia
de vida” não leva as conclusões até as últimas consequências e nem sempre
examina os fundamentos delas, o filósofo especialista deve dispor de um método
claramente explicitado a fim de proceder com rigor. É assim que se inovam os
caminhos de reflexão, tal como o fizeram Platão, Descartes, Espinosa,Kant,
Hegel, Husserl, Wittgenstein. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">De conjunto <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;">A filosofia é de conjunto,
globalizante, porque examina os problemas relacionando os diversos aspectos
entre si. Nesse sentido, a filosofia visa ao todo, à totalidade. Mais ainda, o
objeto da filosofia é tudo, porque nada escapa a seu interesse. Por exemplo, o
filósofo se debruça sobre assuntos tão diferentes como a moral, a política, a
ciência, o mito, a religião, o cômico, a arte, a técnica, a educação e
tantos outros. Daí seu caráter
transdisciplinar, por ser capaz de estabelecer o elo entre as diversas
xpressões do saber e do agir. Por exemplo, o avanço da biologia genética
desperta a discussão filosófica da bioética; a produção artística provoca a
reflexão estética e assim por diante.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; mso-no-proof: yes;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
Valter Borgeshttp://www.blogger.com/profile/04414915950388072229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-592798830505177615.post-42690045184720946682017-06-24T05:27:00.002-07:002017-06-24T05:35:00.583-07:00Descobrindo a Filosofia II<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">A reflexão filosófica <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="font-family: arial, sans-serif; font-size: 10pt;">O que é filosofia?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Antes
de respondermos a essa pergunta, vamos partir para outro questionamento: o que
é filosofar? De maneira geral, pode-se dizer que, por sermos pessoas racionais
e sensíveis, procuramos sempre atribuir sentido às coisas. A esse filosofar
espontâneo de todos nós poderíamos chamar filosofia de vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Então
as questões filosóficas fazem parte do nosso cotidiano? Fazem sim. Quando decidimos
votar no candidato de um partido político e não de outro; quando deixamos o
emprego bem pago por outro não tão bem remunerado, se bem mais atraente; quando
alternamos a jornada de trabalho com a prática de esporte ou com a decisão de
ficar em casa assistindo à tevê; quando investimos na educação de nossos
filhos, e assim por diante. É preciso reconhecer que existem critérios bem
diferentes fundamentando tais decisões. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">A
propósito desse assunto, o filósofo italiano Antonio Gramsci diz: “não se pode
pensar em nenhum homem que não seja também filósofo, que não pense,
precisamente por que pensar é próprio do homem como tal”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">A
filosofia de vida não se confunde com o tipo de reflexão do filósofo, porque este
conhece a história da filosofia e sempre levanta problemas que tenta resolver
por meio de argumentos e conceitos rigorosos, que vão além do simples bom
senso, além do que chamamos filosofia de vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Talvez
você esteja se perguntando: como então definir o que é filosofia? Comecemos por
uma citação do filósofo alemão contemporâneo Edmund Husserl: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 106.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">“O que pretendo sob o título de filosofia, como fim e campo
das minhas elaborações, sei-o, naturalmente. E contudo não o sei... Qual o
pensador para quem, na sua vida de filósofo, a filosofia deixou de ser um enigma?...
Só os pensadores secundários que, na verdade, não se podem chamar filósofos,
estão contentes com as suas definições”. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">O que
Husserl quer dizer? Que a pergunta “O que é a filosofia?” desencadeia por si
mesma uma questão filosófica. Ainda assim, os pensadores arriscam dar
respostas, sabendo que são sempre provisórias, porque se aproximam do conceito
de filosofia de modo tateante para examinar suas características. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Pitágoras
(século VI a.C.), um dos mais antigos pensadores gregos, teria usado pela
primeira vez a palavra filosofia (philo-sophia), que significa amor à
sabedoria. Por essa razão, a filosofia não é pura racionalidade, mas a procura
amorosa da verdade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Muitos
identificam a filosofia como uma atividade racional e teórica, mas isso não significa
que ela esteja à margem do mundo, nem que constitua uma doutrina, um saber
acabado, ou que seja um conjunto de conhecimentos incontestáveis. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Pelo
contrário, a filosofia pressupõe constante disponibilidade para a indagação.
Por isso, segundo Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se, ser
capaz de se surpreender com o óbvio e questionar o que já existe como verdade.
Essa é a condição para problematizar, o que marca a filosofia não como posse da
verdade, e sim como sua busca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Kant,
filósofo alemão do século XVIII, assim se refere ao filosofar: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 106.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">“(...) não é possível aprender
qualquer filosofia; (...) só é possível aprender a filosofar, ou seja,
exercitar o talento da razão, fazendo-a seguir os seus princípios universais em
certas tentativas filosóficas já existentes, mas sempre reservando à razão o
direito de investigar aqueles princípios até mesmo em suas fontes,
confirmando-os ou rejeitando-os” (KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. São
Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 407.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Podemos
dizer então que filosofia é sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É uma
experiência diferente de um olhar sobre o mundo, no sentido de sempre
questionar o já sabido.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.0pt;">Continua... <o:p></o:p></span></div>
Valter Borgeshttp://www.blogger.com/profile/04414915950388072229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-592798830505177615.post-64387795259394991762017-06-24T05:22:00.001-07:002017-06-24T05:22:35.344-07:00Descobrindo a Filosofia - IDiálogo<br />
<br />
O filósofo francês André Comte-Sponville assim comenta o diálogo:<br />
<br />
“O que é um filósofo? É alguém que pratica a filosofia, em outras palavras, que se serve da razão para tentar pensar o mundo e sua própria vida, a fim de se aproximar da sabedoria ou da felicidade. E isso se aprende na escola? Tem de ser aprendido, já que ninguém nasce filósofo e já que a filosofia é, antes de mais nada, um trabalho. Tanto melhor, se ele começar na escola. O importante é começar, e não parar mais. Nunca é cedo demais nem tarde demais para filosofar, dizia Epicuro (...) Digamos que só é tarde demais quando já não é possível pensar de modo algum. Pode acontecer. Mais um motivo para filosofar sem mais tardar”.<br />
<br />
Objetivos<br />
Ao final deste módulo você deverá ser capaz de:<br />
* Reconhecer as principais características do pensamento filosófico.<br />
* Contextualizar historicamente o nascimento da filosofia na Grécia.<br />
* Compreender as principais respostas da filosofia à questão “o que é o ser humano?”<br />
* Compreender algumas questões filosóficas sobre o ato de conhecer: O que é conhecer? O que é possível conhecer? Como conhecemos? O que é a verdade?<br />
<br />
Vamos tratar de algumas questões levantadas pelos filósofos ao longo dos tempos. Mais do que ensinar sobre o que eles pensaram, nosso propósito é que vocês reflitam a partir desses questionamentos e aprendam a filosofar por si mesmos. A vantagem dessa atitude é o que esperamos que vocês possam descobrir.<br />
<br />
Continua...Valter Borgeshttp://www.blogger.com/profile/04414915950388072229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-592798830505177615.post-60665989399996212622017-06-24T05:18:00.000-07:002017-06-24T05:18:00.404-07:00O nascimento da Sociologia - IIDa era pré-científica ao Renascimento<br />
<br />
1. O conhecimento como característica da humanidade<br />
<br />
Ao observarmos as diferentes espécies de animais, percebemos a existência de regularidades comportamentais que caracterizam a vida de cada grupo: eles se reúnem, convivem, competem e se acasalam de forma ordenada, reproduzindo um certo modelo que varia em função do ambiente em que vivem.<br />
<br />
A preservação das espécies animais e seu aprimoramento parecem ser, como afirmou Darwin na teoria sobre a evolução das espécies, o objetivo desses hábitos de vida, da forma de convivência e da sociabilidade. Assim, os animais desenvolvem estilos próprios de comportamento que lhes permitem a reprodução e a sobrevivência.<br />
<br />
O homem, como uma dentre as várias espécies animais existentes, também desenvolveu processos de convivência, reprodução, acasalamento e defesa. Desse modo, apresenta uma série de atitudes que o caracteriza. Algumas são “instintivas”, são ações e reações que se desenvolvem de forma espontânea, dispensando o aprendizado, como respirar, engatinhar, alimentar-se. Proveniente de sua bagagem genética, o homem demonstra também ser capaz de sentir medo, prazer ou frio e de estabelecer relações de amizade e parentesco. Porém, quer por dificuldades impostas pelo ambiente, quer por particularidades da própria espécie, o homem também desenvolveu habilidades e comportamentos que não são genéticas, mas culturais.<br />
<br />
Quando falamos em culturas, estamos nos referindo a um conjunto de valores, crenças, padrões de comportamento e hábitos de vida que, apesar de geral e coletivo, varia no tempo e no espaço. A cultura não se desenvolve em um grupo de forma espontânea, mas é produzida historicamente, fruto da dinâmica da vida comum. Para ser transmitida de uma geração para outra depende de aprendizado.<br />
<br />
Estas são as características principais do ser humano: viver de acordo com a cultura, desenvolver um sistema simbólico, comunicar-se através de complexo processo linguístico e transmitir conhecimento por meio da socialização. Tal complexidade exigiu que o ser humano se tornasse objeto de ciências especialmente desenvolvidas para compreendê-lo. São as chamadas ciências humanas, dentre as quais se destaca a sociologia, que estuda especialmente os princípios que regem a vida em grupo. A ela dedicamos o presente texto abordando sua origem e os primeiros corpos teóricos organizados.<br />
<br />
<br />
Esperamos ajudar os leitores a entenderem melhor o mundo que os cerca e a torná-los mais sensíveis em relação à sua participação como membros da espécie humana, que é tão peculiar.<br />
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Continua...Valter Borgeshttp://www.blogger.com/profile/04414915950388072229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-592798830505177615.post-12678217555015058932017-06-24T05:13:00.001-07:002017-06-24T05:13:28.413-07:00O nascimento da Sociologia - ISobre o tempo<br />
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“O conceito de ‘natureza’ é hoje determinado, em larga medida, pela forma e pela significação sociais que as ciências da natureza lhe conferiram. Mas essas ciências interessam-se apenas por um setor limitado do universo. Restringem-se a certos patamares de integração do universo físico e excluem de seucampo de investigação os patamares superiores, propriamente humanos, de integração, como se eles não pertencessem à ‘natureza’. Se quisermos compreender isso a que se chama ‘natureza’, entretanto, será preciso levarmos em conta o fato de que os seres humanos, que representam um nível altíssimo — talvez o mais alto — de integração e diferenciação, surgiram do<br />
universo físico. Numa palavra, teremos de incluir no conceito de natureza a capacidade que ela tem de produzir, no curso de processos cegos, não apenas reatores de hélio ou desertos lunares, mas também seres humanos. Não é necessário evocar a responsabilidade que tal saber confere aos homens, nem tampouco, em termos mais gerais, as consequências que acarreta para sua vida em comum e para sua relação com a ‘natureza’, no sentido estrito do termo. O saber acadêmico, por sua especialização, sugere que o universo é cindido em ‘natureza’ e ‘sociedade’, ou, conforme o caso, em ‘natureza’ e ‘cultura’. Diante disso, movimentos como o de proteção ambiental bem poderiam anunciar uma compreensão crescente do fato de que os homens não vivem isolados, mas se inserem no devir da natureza, e que, em função de sua natureza específica, compete a eles a responsabilidade de se encarregarem, em seu próprio interesse, dessa relação.” (ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. p. 12).<br />
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Desde os primórdios da humanidade a diversidade dos tipos humanos e das culturas fascinou e, ao mesmo tempo, intrigou os pensadores, que tentavam entender o que provocava a diversidade. No princípio, as explicações tinham bases divinas e míticas. A elas se misturaram os preconceitos que pareciam autorizar os povos mais fortes a qualificarem os outros como inferiores. Só com o passar do tempo é que foi possível perceber que o gênero humano é único e é a história de cada um que explica o que são e por que diferem de nós. Após isso, foi possível à sociologia empreender a tarefa de compreender as ações humanas e até a quantificá-las.<br />
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Objetivos:<br />
* Procuraremos reconstituir o desenvolvimento do pensamento sociológico a partir do Renascimento<br />
e a conjuntura que propiciou a elaboração das diferentes abordagens sociológicas.<br />
* Queremos que o leitor acompanhe o percurso pelo qual a sociologia foi aos poucos se diferenciando da filosofia social e se constituindo em um corpo organizado de conceitos e metodologias científicas que tem por objeto as relações dos homens entre si.<br />
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Continua...Valter Borgeshttp://www.blogger.com/profile/04414915950388072229noreply@blogger.com0